terça-feira, 23 de julho de 2013

MÉDICOS : COM OU SEM RAZÃO ?....- A Rebelião dos Bisturis e as Raízes do Brasil - Comentários do editor a favor das famílias, comunidades e cidades que precisam de médicos - A classe médica parece ter razão em muitas de suas reivindicações, porém não podem sacrificar o atendimento médico a milhares de brasileiros

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Porque os médicos não ensinam a seus pacientes como
devem se comportar para terem boa saúde ? Porque o
governo investe pouquíssimo em educar crianças,
famílias e comunidades a adquirirem hábitos e costumes
saudáveis ?....

Links para notícia no JN e Posição do Conselho Regional de Medicina, abaixo deste artigo....

Encaminhador :

Caras(os) colegas
Desculpem-me, mas é impossível para mim não compartilhar com vcs a leitura desse exame feito por Saul Leblon, articulista da Carta Maior, sobre a sabotagem que setores oficiais da representação dos médicos do Brasil estão fazendo contra o Programa "Mais Médicos" do governo federal. Se não concordares com o conteúdo ideológico do texto, deleite-se pelo menos com a retórica densa, criativa e impecável.
Um grande e forte abraço
Paulo Mancini    


19/07/2013

Raízes do Brasil: no levante dos bisturis, ressoa o engenho colonial



Credite-se à elite brasileira façanhas anteriores dignas de figurar, como figuram, nos rankings da vergonha do nosso tempo.

A seleta inclui a resistência histórica à retificação de uma das piores estruturas de renda do planeta. Ademais de levantes bélicos (32,62,64 etc) contra qualquer aroma de interferência num patrimônio de poder e riqueza acumulado por conhecidos métodos de apropriação.

O repertório robusto ganha agora um destaque talvez inexcedível em seu simbolismo maculoso. A rebelião dos médicos contra o povo. Sim, os médicos, aos quais o senso comum associa a imagem de um aliado na luta apela vida, hoje lutam nas ruas do Brasil. Contra a adesão de profissionais ao programa ‘Mais Médicos', que busca mitigar o atendimento onde ele inexiste.

A iniciativa federal tem uma dimensão estrutural, outra emergencial. A estrutural incorpora as unidades de ensino à política de saúde pública. Prevê um currículo estendido em dois anos de serviços remunerados no SUS.

Prevê, ademais, investimentos que dotem os alvos emergenciais de estruturas dignas de atendimento. A ação transitória requisitará contingentes médicos, cerca de 10 mil inicialmente, para servir em 705 municípios onde o atendimento inexiste.

Ou naqueles aquém da já deficiente média nacional de 1,8 médico por mil habitantes ( na Inglaterra, pós Tatcher, diga-se, é de 2,7 por mil). Enquadram-se neste caso outros 1.500 municípios. O salário oferecido é de R$ 10 mil. O programa recebeu cerca de 12 mil inscrições. Mas o governo teme a fraude.

A sublevação branca incluiria táticas ardilosas: uma corrente de inscrições falsas estaria em operação para inibir o concurso de médicos estrangeiros, sobre os quais os nacionais tem precedência. Consumada a barragem, desistências em massa implodiriam o plano do governo no último dia de inscrição.

Desferir o golpe de morte com a manchete do fracasso estrondoso caberia à mídia, com larga experiência no ramo da sabotagem antipopular e antinacional. A engenharia molecular contra a população pobre constrange o Brasil.

Cintila no branco da mesquinhez a tradição de uma elite empenhada em se  dissociar do que pede solidariedade para existir: nação, democracia, cidadania. O boicote ao ‘Mais Médicos’ não é um ponto fora da curva.

Em dezembro de 2006, a coalizão demotucana vingou-se do povo que acabara de rejeita-la nas urnas. Entre vivas de um júbilo sem pejo, derrubou-se a CPMF no Congresso.

Nas palavras de Lula (18/07): "No começo do meu segundo mandato, eles tiraram a CPMF. Se somar o meu mandato mais dois anos e meio da Dilma, eles tiraram R$ 350 bilhões da saúde. Tínhamos lançado o programa Mais Saúde. Eles sabiam que tínhamos um programa poderoso e evitaram que fosse colocado em prática". 

As ruas não viram a rebelião branca defender, então, o investimento em infraestrutura como requisito à boa prática médica, ao contrário de agora.
A CPMF era burlada na sua finalidade? Sim, é verdade. Por que não se ergueu a corporação em defesa do projeto do governo de blindar a arrecadação, carimbando o dinheiro com exclusividade para a saúde?

O cinismo conservador é useiro em evocar a defesa do interesse nacional e  social enquanto procede à demolição virulenta de projetos e governos assim engajados. Encara-se o privilégio de classe como o perímetro da Nação. Aquela que conta. O resto é sertão.

A boca do sertão, hoje, é tudo o que não pertence ao circuito estritamente privado. O sertão social pode começar na esquina, sendo tão agreste ao saguão do elevador, quanto Aragarças o foi para os irmãos Villas Boas, nos anos 40, rumo ao Roncador.

Sergio Buarque de Holanda anteviu, em 1936, as raízes de um Brasil insulado em elites indiferentes ao destino coletivo. O engenho era um Estado paralelo ao mundo colonial. O fastígio macabro fundou a indiferença da casa-grande aos estalos, gritos e lamentos oriundos da senzala ao lado, metros à vezes, da sala de jantar.

Por que os tataranetos se abalariam com a senzala das periferias conflagradas e a dos rincões inaudíveis? Ninguém desfruta 388 anos de escravidão impunemente.

Os alicerces do engenho ficaram marmorizados no DNA cultural das nossas elites: nenhum compromisso com o mundo exterior, exceto a pilhagem e a predação; usos e abusos para consumo e enriquecimento. A qualquer custo. O Estado nascido nesse desvão tem duas possibilidades aos olhos das elites: servi-la como extensão de seus interesses ou encarnar o estorvo a ser abatido.

A seta do tempo não se quebrou, diz o levante branco contra o 'intervencionismo'. O particularismo enxerga exorbitância em tudo o que requisita espírito público.Mesmo quando está em questão a vida.


Se a organização humanitária ‘Médicos Sem Fronteiras' tentasse atuar no Brasil, em ‘realidades que não podem ser negligenciadas', como evoca o projeto que ganhou o Nobel da Paz, em 1999, possivelmente seria retalhada pela revolta dos bisturis. Jalecos patrulham as fronteiras do engenho corporativo; dentro delas não cabem os pobres do Brasil.

Postado por Saul Leblon às 10:33, no dia 22


Argumentos do Conselho Nacional de Medicina http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=NoticiasC&id=2946



Nota do editor : Faltam mais escolas de medicina, faltam leis para descentralizar a medicina oficial, que prioriza os médicos alopatas. Faltam postos de atendimento. Faltam hospitais. Faltam remédios para as populações mais carentes. Muita coisa falta.

Porém, falta também, a classe médica deixar de querer ganhar demais, como juízes e políticos, só porque estudaram alguns anos a mais nas universidades. Muitos profissionais de terceiro grau contentam-se com 5 salários mínimos. Porque somente os médicos querem ganhar exorbitantes salários para irem trabalhar nas cidades mais distantes ?  Parece ser um oportunismo : exigem muito porque cuidam das vidas das pessoas.

O governo precisa, mesmo, investir muito mais na área da saúde, no entanto, emergencialmente, está muito correto em tomar esta atitude de contratar médicos de outros países. Cuba tem os melhores médicos do mundo, ou melhor dizendo, a melhor medicina. É apenas estender o que já ocorre aqui : se uma cidade pequena precisa de um atendimento que só tem recursos em uma cidade média, a prefeitura encaminha-o para uma cidade média. Se na cidade média não tem facilidades e recursos necessários, envia-se para um grande centro. Se grandes centros não resolvem os problemas de saúde dos brasileiros, mesmo que emergencialmente, então os pacientes deverão ser encaminhados para outros países. Fica mais barato trazer médicos de outros países. Isso é lógico !! É essencial, e a classe médica não pode, por ciúmes e desejo de ganhar muito mais que os trabalhadores assalariados, boicotar um plano emergencial para prestar um melhor atendimento à saúde de milhares de brasileiros.

Os reclames dos médicos brasileiros parecem legítimos, mas não é legítima a sua ação de impedir que os pobres tenham, de imediato, um melhor atendimento médico.

Não defendo nenhum partido. Esta opinião refere-se ao Poder Executivo que atualmente administra o país. Se lá estivesse qualquer outro partido, a minha opinião seria a mesma.

Luiz Spinola, 23/07/2013

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terça-feira, 28 de maio de 2013

O VÍCIO DE FUMAR - Cigarro - Tabaco - Da Manipuladora Dependência do Pseudo-Prazer de Fumar, à Libertação - Dia Mundial Sem Tabaco - Luta anti-tabagista - OMS - Organização Mundial da Saúde - Em 2013 - ONU - O Brasil e a indústria tabagista - Manipulação da sociedade - Um exemplo em São Carlos-SP - Incentivo aos que querem se libertar - OLAS - Organização Latino Americana de Saúde - Proibições - ANVISA - "Meu pesar àqueles – indústria tabagista, produtores do tabaco, agências de publicidade e meios de comunicação – que induzem a desgraça alheia e, por conseguinte, a sua própria". - Por Paulo Penalva Mancini

Segue um texto, que acabo de escrever, dedicado a meus filhos, aos meus irmãos e especialmente a meu pai, que faleceu em função de um enfisema pulmonar, vítima, como milhões no mundo, da indústria do tabaco. Este texto alusivo ao próximo 31 de Maio, Dia Mundial Sem Tabaco, compreende os seguintes tópicos: Introdução; O Brasil x Indústria Tabagista; A Indústria do Tabaco e a Manipulação da Sociedade; Dia Mundial sem Tabaco 2013; São Carlos e a Luta Anti-Tabagista e Conclusão.
Um grande e fraterno abraço, 
Além dos malefícios à saúde, o ato de fumar também
prejudica o meio ambiente, direta e indiretamente.
Paulo P. Mancini  

31 de  Maio - Dia Mundial Sem Tabaco
 
Da Manipulada Dependência do (pseudo) Prazer
à Libertação do Vício de Fumar

Introdução                                                                           
            No último dia 21 de maio completaram-se 10 anos da aprovação, pela OMS – Organização Mundial de Saúde -, da Convenção Quadro para Controle do Tabaco (http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/convencao_quadro_texto_oficial.PDF). Foi a primeira convenção que este órgão da ONU – Organização das Nações Unidas -, conseguiu estabelecer com a assinatura de 192 países, antes mesmo – como lembrou um representante da indústria tabagista – que se formulasse e aprovasse uma convenção global para a AIDS, malária, doença de Chagas, etc.
            Parece estranho, mas o tabagismo – ou o hábito de fumar – é considerado há mais de 50 anos, uma doença; e é, ainda, a principal causa de mortes por doenças evitáveis no mundo. Segundo a OMS, cerca de 6 milhões de pessoas morrem por ano no mundo devido ao vício de fumar; e aproximadamente 600.000 morrem pela exposição à fumaça dos cigarros (fumantes passivos).
A devastação e os danos que o tabagismo promove  não são só à saúde humana, mas também à saúde planetária. Cerca de 5% do desmatamento mundial são causados pelo corte de madeira nativa para gerar lenha para secagem das folhas de tabaco. As mais de 5000 substâncias tóxicas existentes nos cigarros e outros derivados do tabaco, acabam de alguma forma contaminando as águas e o solo. Uma porcentagem grande de queimadas e incêndios florestais são causados por bitucas de cigarro lançadas por usuários inconsequentes ou displicentes. O uso intensivo de agrotóxicos afetam gravemente a saúde de trabalhadores e o ambiente nas lavouras de tabaco do sul do Brasil e em outros países produtores. 



O Brasil x Indústria Tabagista

No Brasil, apesar da queda de 50% no número de fumantes nos últimos 20 anos, temos ainda 17,5 milhões de prevalência (pessoas que continuam fumando), com a morte de 200.000 pessoas/ano, devido ao consumo de cigarro e derivados do tabaco; que geram um custo anual para o Estado brasileiro de cerca de R$ 2, 3 bilhões anuais só com gastos na área de saúde. Não por acaso, o Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde, é o órgão que no Brasil coordena as atividades de prevenção e combate ao tabagismo. Além do câncer do pulmão, em que 90%  dos casos  tem sua causa correlacionada com o hábito de fumar, o uso continuado dos  derivados do tabaco, além de causar dependência, pode causar diversas cardiopatias, doenças respiratórias e cancros na boca e laringe. São atribuídas ao consumo de cigarro: 45% das mortes por infartos do miocárdio;85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema), 25% das mortes por doença cérebro-vascular (derrames) e 30% das mortes por câncer.



A Indústria Tabagista e a Manipulação da Sociedade

Há cerca de dois meses, casualmente, tive a oportunidade de assistir a um trecho de uma audiência em uma comissão do Congresso Nacional, pela TV pública da Câmara Federal ou do Senado, na qual o atual Diretor Presidente da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o nosso Dirceu Barbano, filho de nossa vizinha Ibaté (SP) e Ex-Secretário da Saúde de São Carlos, na gestão Newton Lima, cheio de dedos, por estar no ninho das ‘cobras’, procurava defender o direito da ANVISA, garantido constitucionalmente, de controlar a produção e comercialização de produtos, como o fumo (tabaco) e seus derivados, que afetam a saúde humana.
O que está acontecendo é que com o relativo sucesso, nos níveis nacional e global, das ações para o controle do tabaco, especialmente após a aprovação da Convenção Quadro supra citada, a indústria tabagista tem desenvolvido estratégias para garantir seu futuro milionário e homicida, através de políticas que induzam adolescentes e jovens ao uso e, conseqüente, dependência do cigarro. Estatísticas indicam que 90% dos fumantes têm sua iniciação, ao vício, antes dos 19 anos.
 Dentre as táticas da indústria do fumo para seduzir adolescentes e jovens, desde 2009, está a de produzir e comercializar cigarros com aditivos flavorizantes que conferem sabores (morango, chocolate, tutti-fruti, etc), que tornam as primeiras tragadas (normalmente pouco ‘amistosas’ à nossa garganta ) mais suportáveis e, quem sabe, até mesmo gostosas.
No âmbito de seu dever e competência a ANVISA, após um ano de estudos e debates – e algumas concessões ao setor fumígeno – aprovou a resolução RDC 14/2012, para entrar em vigor em 2013, que proíbe no Brasil e produção e a comercialização de cigarros com estes novos aditivos flavorizantes. Os antigos aditivos, tradicionais na produção tabagistas não sofreram restrições.
Por seu nefasto lado, a indústria da morte está questionando judicialmente a competência da ANVISA para controlar a produção de cigarros. Mas, como já sofreu quatro derrotas jurídicas tentando continuar sua propaganda enganosa e mortífera, em doses, literalmente, ‘cavalares’  – quem tem mais de 20 anos deve lembrar-se de como ‘éramos fortes, jovens, livres e virís, como cavalos selvagens correndo nas pradarias americanas, fumando Marlboro’ – acionou seu lobby legislativo (quantos e quais deputados e senadores estão na ‘carteira’ da indústria do fumo), que através do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), elaborou o projeto de decreto legislativo nº 3.034/2010, que tem por objetivo explicito suspender a Resolução da ANVISA (RDC 14/2012). http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=0CCFC975799463B2C8330CB1B443019A.node2?codteor=831206&filename=Avulso+-PDC+3034/2010                          



Dia Mundial Sem Tabaco 2013    

O tema que a OMS – Organização Mundial de Saúde – aprovou para a edição de 2013 da campanha do Dia Mundial sem Tabaco (iniciada em 1987) busca exatamente se contrapor às estratégias de promoção da indústria tabagista:”Dia Mundial Sem Tabaco: Banir Toda Publicidade, Promoção e Patrocínio do Fumo”. Vejam no seguinte link http://www.who.int/campaigns/no-tobacco-day/2013/en/index.html vídeo da campanha deste ano.
            É interessante notar que, pelo menos até agora, nossos meios de comunicação pouco ou nenhum destaque tem dado a essa salutar campanha. No passado, certamente, ganharam muito dinheiro com as glamorosas e fumacentas propagandas de cigarro. Até hoje, para mim, o Evandro L&Mesquita não se livrou do (mau) ‘$heiro’ da nicotina, que deixou onde “a gente (não) se encontra na 66”. Quantos adolescentes e jovens, na época (década de 90), ‘sublim(in)aram’ seus desejos, conscientes e inconscientes, de liberdade, aventura e rock & roll, em tragadas esvoaçantes, frustrantes e ‘cativantes’ (aquilo que torna cativo, preso) para a nicotina-dependência e sustentação da ‘multi’milionária indústria do fumo? Não é improvável que, nas circunstâncias atuais, globalmente menos favoráveis à holliwodiana indústria tabagista, nossos meios de comunicação dominantes (e dominados por interesses econômicos privados externos e internos) faturem evitando noticiar dados, campanhas e fatos que prejudiquem a poderosa indústria do tabaco.     
            São inegáveis os avanços, que tivemos no Brasil, nas últimas décadas, na luta pela redução do consumo do tabaco e à exposição à fumaça de cigarros, especialmente após a aprovação da lei federal 9.294 de 15 de julho de 1996 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9294.htm , que proibiu a propaganda de cigarros em rádio, televisão, jornais e revistas; bem como o impedimento de patrocínios de eventos culturais ou esportivos; e passou a exigir a , nas embalagens de cigarros, a adição de imagens, que esclarecem os consumidor, das doenças que o hábito de fumar podem causar. Nos EUA, pátria-mor da livre-iniciativa e do mercantilismo, estas proibições e exigências existiam desde o inicio da década de 70.
Contudo, ainda temos muito a conquistar no âmbito da proibição à publicidade, promoção e patrocínio da indústria tabagista. Na Austrália, p.ex., os cigarros só podem ser comercializados em embalagens sem cores, marcas e logotipos que induzam ao seu consumo. Na Inglaterra, os cigarros só poderão ser comercializados sem exposição visual: devem ficar, como remédios controlados, embaixo do balcão. Chile e Uruguai proibiram os fumódromos.
Através do artigo 49 da lei federal 12. 546 de 14 de dezembro de 2011, a Presidenta Dilma Roussef, modificou o artigo 3º da lei 9.294/96, que permitia proibindo completamente o uso de cigarro ou qualquer produtos fumígenos em qualquer recinto coletivo fechado, público ou privado (como já haviam proibido os estados do Rio de Janeiro e São Paulo), coibindo a brecha que a lei de 1996 permitia o uso do fumo “em área destinada exclusivamente a esse fim, isolada e com arejamento conveniente”. Também acrescentou a exigência de (só a partir de 2016!!!) ocupar 30% da área frontal dos maços de cigarro (hoje a exigência é apenas de 100% das ‘costas’ do maço de cigarro) com imagem ou texto esclarecedores sobre os riscos à saúde dos fumantes. Porém, mesmo com as evidentes concessões, passados quase um ano e meio da sua sanção, o  artigo 49 da lei 12.546/2011, ainda não foi regulamentada, tendo seus efeitos praticamente nulos. Não é difícil de imaginar a causa dessa inércia governamental ao ver o ‘sufoco’ do Diretor Presidente da ANVISA, Dirceu Barbano, junto ao Congresso Nacional. Infelizmente a a tal da ‘governabilidade’ faz exigências que custam muito caro e, neste caso, muitas vidas à nação brasileira.


O Anti-Tabagismo em São Carlos, SP

Lembro-me que uma das primeiras campanhas públicas realizada pela APASC – Associação para Proteção Ambiental de São Carlos, se não me engano, no ano de 1978, foi a impressão de um cartaz em A4 colorido, com o título “Por Amor Não Fume” e a imagem de um coração com um cigarro em seu interior, atravessado pelo símbolo da proibição.             
               
            À época, não tínhamos qualquer legislação que coibisse o hábito de fumar. Era só mesmo ‘por amor’ que podíamos apelar. Fumar, em qualquer local: ônibus, restaurantes, salas de aula, e até em hospitais e consultórios médicos, era o normal e "os incomodados que se retirassem". Já éramos os ‘eco-chatos’.



Incentivo aos que Querem se Libertar

            Em São Carlos, como provavelmente no restante do Brasil e no mundo, destacam-se alguns membros da Igreja Adventista do 7º Dia, que há décadas, oferecem, sempre gratuitamente, tratamento ou cursos para aqueles que pretendem enfrentar a difícil meta de se livrar da dependência do cigarro, sem qualquer financiamento público governamental. Algumas vezes já os vi oferecendo maçãs ou flores, junto com folhetos convidando fumantes a participar de seus cursos, que são completamente livres de proselitismo religioso, ainda que muitas vezes sejam realizados nas sedes de suas Igrejas.
            Para quem quer, por consciência pessoal ou política, ou precisa, por motivos de saúde pessoal ou de terceiros, livrar-se do pernicioso vício de fumar - para si e para outros -, a Igreja Adventista do 7º Dia, localizada no bairro Santa Felícia, à rua Luiz Pedro Bianchini, 591, oferece nos dias 27 a 31 de maio, um curso de 5 aulas, das 19h30 às 21h,  para libertar-se deste mau hábito (que também causa mau hálito) de fumar, com orientador de formação médica, detentor de profundo conhecimento do tabagismo, seus malefícios e sua cura. Creio que mesmo depois do prazo, interessados podem procurar a referida Igreja para verificar a oportunidade de novos cursos durante o ano.



A Indústria tabagista patrocinaria cursos para quem quer deixar de fumar ?

            Quando a indústria tabagista vai patrocinar cursos como estes, totalmente custeados por iniciativas da sociedade civil cidadã? Quando irá indenizar as famílias daqueles que morreram prematuramente devido ao hábito de fumar induzido pelo seu despreparo diante das sedutoras campanhas publicitárias promovidas pela indústria do tabaco, no passado?



Conclusão   
  
       Por princípio, sou contra qualquer proibição de consumo de qualquer substância nociva ou não à saúde humana, desde que não prejudique terceiros, por ferir a liberdade individual. Mas, não deveríamos permitir a publicidade, promoção ou patrocínio, de qualquer produto que direta ou indiretamente seja prejudicial à saúde humana ou planetária. Como conciliar as tragédias causadas diariamente pelo consumo de álcool no país, e seus imensuráveis custos materiais e imateriais, com a intensa e ‘cativante’ propaganda de bebidas alcoólicas (ainda que de baixo teor) como as cervejas? As chamadas ‘leis do mercado’, também chamado de ‘O Deus Mercado’, nos impõem muitos sofrimentos, dores e mortes evitáveis.
            Parabéns à OMS, OLAS – Organização Latino Americana de Saúde, à ANVISA, ao INCA – Instituto Nacional do Câncer e à todas instituições da sociedade civil, cidadãs e cidadãos que batalham para que diminuam e acabem as doenças e mortes provocadas pelo hábito de fumar. Meu pesar àqueles – indústria tabagista, produtores do tabaco, agências de publicidade e meios de comunicação – que induzem a desgraça alheia e, por conseguinte, a sua própria.

Paulo Penalva Mancini

São Carlos, 27 de maio de 2013

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